terça-feira, 5 de maio de 2009

Quem é você?

Eu acho fantástico como o ambiente influencia (e muito) no comportamento das pessoas. É claro, temos que ter uma postura diferente dependendo do ambiente, respeitar suas normas e, se preciso, até seus costumes. Mas mesmo mantendo a postura que o lugar pede, creio que ninguém precisa deixar de ser a pessoa que é. Ou talvez esses lugares que pedem posturas diferentes sejam aquele tipo de lugar onde cada pessoa revela seu "verdeiro eu".

O que quero dizer? Calma! Vou explicar.

Onde trabalho há um refeitório enorme onde comem todos os dias no mínimo, chutando bem baixo, umas mil pessoas. São desde executivos com suas Mercedes importadas até os faxineiros das empresas terceirizadas comendo no mesmo ambiente. Mas claro, há três separações (A, B e C) para que os peões da fábrica não comam as secretárias decotadas ao invés de seus almoços.

Agora que trabalho de dia, só vou almoçar no A. Eu pago cerca de R$ 2,00 por dia por comer lá. Eu poderia comer no B de graça, mas, como trabalhei à noite por um bom tempo, enjoei da comida desleixada que é servida por lá. Ou seja, estou aprendendo a me (com)portar no ambiente do restaurante A, com executivos, secretárias decotadas e gente que nem eu, que batalha apenas pra manter um padrão de vida razoável.

À noite, quando comia no B, difícilmente tinha companhia e a única vista que tinha era a de milhares de peões de outra firma comendo como se não houvesse mais comida amanhã.

De dia, no "glamuroso" ambiente do restaurante A, costumo comer com a turminha que fala de futebol, mulher e tira sarro um do outro. Nada mais agradável e desestressante, ao invés de fofocas e outros tipos de papo.

Sentamos sempre numa mesa próxima ao buffet pra ver o movimento e quem entra. E é aí que fica legal a minha observação...

Como trabalho há quase três anos lá, já conheço muita gente, dos mais variados departamentos e empresas do complexo. Mesmo comendo, eu não vejo nenhum problema em sorrir e dizer um "oi" pra quem eu conheço e passa próximo. Não veria problema nem mesmo em uma conversinha rápida! Mas aí que começam as coisas estranhas:

As pessoas que você conhece, trabalha do lado, acabou de trocar uma idéia federal no escritório, passam por você como se não te conhecessem! Sim, elas evitam até trocar o olhar com você. Deve ser algo do tipo:

"Ai meu Deus, não podem saber que converso com ele."

ou

"Ai que mala ele, nem aqui larga do meu pé."

Ou qualquer outra coisa pra fingir que não te conhece. A mulherada pode até ser pra não estragar alguma paquera que deva estar rolando no "romântico" ambiente. Os homens deve ser por "caipirisse" mesmo, sei lá.

Só sei que acho muito estranho as pessoas se portarem diferente em um determinado ambiente, não quererem ser vistas com determinada companhia, passando por você como se você fosse um estranho, ou um tarado, ou um chato, ou alguém que não quer mais ver na vida, pra, de volta ao escritório, ser capaz de até ir na sua mesa pra contar até coisas bem particulares da sua vida!!!

Eu simplesmente não entendo!

Eu não faço isso! Não deixo de ser eu! Não dou sorrisinhos pra quem não gosto, evito até olhar, mas, de quem gosto ou me relaciono bem, faço questão de dizer um "oi", acenar no mínimo com a cabeça e, se possível até trocar uma palavrinha! Não tenho vergonha de quem conheço ou me relaciono! Cada um faz o que bem entender no ambiente que desejar e que se dane, não fico com vergonha!

Eu sou sempre "EU" em qualquer lugar, mesmo mantendo posturas requeridas!

E quem é você??? Ou melhor: QUEM "E ONDE" É VOCÊ???

Um comentário:

  1. ahahahahahahaha
    Tive que rir, porque é verdade !
    Triste, cômico e verdadeiro.

    bjs

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